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A Bola prepara-se para jogar no relvado televisivo

O Jornal A BOLA prepara-se para lançar um canal de TV

A Bola TV. Assim se intitula o canal televisivo que a publicação desportiva tem em marcha. “Trata-se de um projecto inovador e piloto em Portugal”, comenta, em declarações ao M&P, Vítor Serpa, director do título detido pela Sociedade Vicra Desportiva. Vocacionada para conteúdos de informação, e sem pretensões de concorrer com a Sport TV “ou com outras estações de que se falam”, diz Vítor Serpa, aludindo ao projecto anunciado por Miguel Pais do Amaral. A Bola TV será “uma espécie de SIC Notícias sobre desporto com os devidos ajustamentos”, elucida. Assegurará a transmissão de jogos? “Não será uma prioridade, nem queremos entrar em competições por direitos, mas estaremos atentos”, refere. O site do jornal tem já disponibilizado vários “vídeos profissionais” sob a insígnia A Bola TV.

O responsável ressalva que o canal “está ainda numa fase embrionária”, pelo que prefere, por enquanto, não avançar com datas para o seu arranque. Até porque o serviço televisivo que o acolherá ainda não está definido. “Já conversámos com alguns operadores”, nomeadamente com a Zon e com o Meo, “mas não entrámos ainda em negociações”, explica. Como tal, não está, para já, determinado se a sua emissão acontecerá em sinal aberto num pacote básico, ou enquanto opção premium. Certo é que para A Bola TV, explica, foram contratados 35 profissionais já a trabalhar em exclusivo para o canal que terá em João Bonzinho o seu “director de informação”, adianta Vítor Serpa, esclarecendo que o conceito se prende com uma perspectiva global. “A Bola é uma realidade conjunta, já não faz sentido falar só em jornal”, refere o responsável. Consciente de que “a área de TV é muito complexa” e que, por outro lado, a marca “A Bola, pela sua história, qualidade e prestígio, acarreta um grande sentido de responsabilidade”, Vítor Serpa afirma não querer fazer “nada em cima do joelho”. “Chamamo-nos A Bola, mas a bola não pode ser jogada de qualquer maneira. Percebemos que isto é o futuro e não o queremos adiar, mas também não pretendemos acelerá-lo”.

Neste momento o canal conta com um estúdio inserido na redacção do diário desportivo e respectiva régie. Porém, “estão previstos mais estúdios”, bem como o “desenvolvimento de parcerias” para o uso de outras instalações. Questionado pelo M&P acerca do investimento que este projecto comporta, Vítor Serpa preferiu não avançar com valores, falando, no entanto, em “números significativos”, mas que não deixam de ser quantias que “saem de dentro de casa”. Ou seja, “o jornal é o grande porta-aviões deste canal”, diz o director, acrescentando que a injecção de capital decorrerá de forma gradual. Aliás, reforça Vítor Serpa, “tudo está a ser desenvolvido paulatinamente, de um modo natural”. Numa primeira instância a Bola TV terá a sua vivência confinada à web, em jeito de laboratório, estando já disponíveis no site alguns vídeos. “Será um banco de experiências, mas não podemos comparar televisão com internet, nem a ideia é de que permaneça online em definitivo”, faz sobressair o responsável. “Somos pioneiros, mas não somos heróis. Sabemos é que se não avançarmos agora não teremos futuro. E isto só se tornou possível por ser uma casa bem administrada que não entra em loucuras”, assinala Vítor Serpa. O responsável acredita estar a desbravar terreno, mas que “mais tarde ou mais cedo os outros vão seguir este caminho e quem sabe até fazer melhor”, remata.