José Fragoso diz que "É humanamente impossível os dois canais terem um único director"
Deputados questionam José Fragoso sobre a viabilidade da fusão da RTP Internacional e RTP África, bem como a de um úinico director de programas para a RTP1 e a RTP2. Em breve será ouvido na AR o director de programas do segundo canal.
José Fragoso disse esta quarta-feira aos deputados da Comissão Parlamentar de Éitca não saber como responder às suas preocupações sobre a viabilidade de fundir a RTP Internacional e a RTP África.
Contudo, o director de programas da RTP1 alega: "A RTP Internacional é um canal dirigido à diáspora, aos 5 milhões de emigrantes que estão fora de Portugal (América, Ásia e Europa), com os melhores conteúdos. A RTP África é, essencialmente, um canal de cooperação com Moçambique, Angola e Cabo Verde. Os conteúdos são próprios e produzidos nestes países e em Portugal. É quase impossível fazer isto num único canal". Fragoso lembra ainda os acordos bilaterais com os países africanos e a ajuda da RTP em termos técnicos e profissionais à TPA.
Outra questão colocada pelos deputados prende-se, por uma questão de redução de custos, com a viabilidade de ter apenas um director de programas para a RTP1 e a RTP2. "Na minha opinião é humanamente impossível uma pessoa estar à frente dos dois canais. Eu e o Jorge Wemans temos reuniões regulares. Do ponto de vista operacional são canais diferentes. O canal um e o canal dois são muito produzidos, não fazem o prime-time com cassetes", explica José Fragoso.
O director de programas da RTP1 sublinha ainda que o canal que dirige tem muitas horas de emissão em directo. "Ao longo do dia tenhos de estar disponível disponível para algo que não está dentro de uma lata. Obriga a uma disponibilidade muito grande".
As deputadas Catarina Martins (BE), Cecília Meireles (CDS-PP) e Carla Rodrigues (PSD) consideraram que há uma certa "guetização na programação da RTP2" que não tem audiências significativas. Opinião contestada por José Fragoso: "A RTP 1 e a RTP2 têm uma programação que se complementa". Acrescentando que hoje as audiências procuram ou seguem o que querem ver, não o canal. "Os públicos estão muito segmentados. E a RTP2 chega a liderar nas férias. Ainda ontem (terça-feira) a RTP1 perdeu para o '5 para a Meia-noiet', da RTP2, que é um programa de risco".
PARA 2011
O director de programas da RTP1 afirmou, mais uma vez, que a programação do canal é diversificada em comparação com os canais generalistas privados e garantiu para 2011 "um reforço das linhas de diferenciação da estação".
"A oferta televisiva tende a ser monotemática nos canais privados", pelo que "a função da RTP1 passa por ter uma grelha vertical, com conteúdos diferentes todos os dias, e que apostem noutras áreas de actividade, como documentários ou concursos que revelem o conhecimento e não humilhem os participantes", disse comparando 'Operação Triunfo', com 'Ídolos' (SIC).
A ficção, o humor e o documentário histórico vão continuar a ser a bandeira da RTP1. Em Setembro deverá estrear um documentário sobre a PIDE que "já estava a ser pensado há muito tempo".