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SIC desvaloriza audiências e busca novo fôlego para 2011

Num turbilhão de notícias sobre novas e importantes contratações. Mas mesmo assim com resultados muito modestos no final de 2010. É assim que anda a SIC. O canal acaba o ano, pela segunda vez consecutiva, em terceiro lugar. Mas Nuno Santos, director de programas, diz ao PÚBLICO que o canal de Carnaxide espera um novo fôlego para o ano que vai entrar.

Nuno Santos não quer falar sobre as recentes notícias, avançadas pelo Correio da Manhã, que dão como certa a saída de Júlia Pinheiro da TVI para se mudar para Carnaxide. "Não falámos até agora desse assunto e assim continuaremos", diz o responsável.
Certa é já a entrada de Manuela Moura Guedes na grelha da SIC num programa que, embora sendo de informação, ficará na alçada da direcção de programas, tal como já se passa com o programa de Conceição Lino, Boa Tarde. A equipa estará a formar-se, mas Nuno Santos não avança mais detalhes sobre o programa.
Confirmada também está a vinda para a SIC de actores como Helena Laureano ou Rogério Samora, do lote de actores exclusivos da TVI, que agora passam para a SIC. "A TVI tem cerca de 40 actores exclusivos, a SIC tem quatro. É normal que vamos buscar mais", diz Nuno Santos, justificando estas contratações com a aposta prevista para 2011 na área da produção nacional. "Estamos a preparar a telenovela que substituirá Laços de Sangue. A estreia está prevista para Maio ou Junho. Isso justifica a contratação de actores."
E a aposta na ficção para 2011 estende-se também ao humor com o canal a preparar uma série diária, de 30 minutos, com Rita Blanco e José Pedro Gomes como protagonistas.
"A SIC viveu em 2009 e 2010 dois anos complexos do ponto de vista de gestão da grelha. Tínhamos de cumprir compromissos com conteúdos como Chiquititas, Aqui não há quem viva ou Malucos do riso. Isso limitou o investimento em grelha." Nuno Santos fala de "exemplos pesados", com custos na ordem dos oito milhões de euros. "Com esse dinheiro tinha comprado os jogos da Selecção Nacional ou feito uma telenovela e meia", afirma.
Sobre as metas para 2011, o director de programas diz que a empresa não as revela: "São metas internas. Todos temos as nossas." Mas fala de uma transição que o canal está a preparar: "Estamos numa fase de transição. Ainda vamos ter em 2011 alguns compromissos para saldar, mas estamos a apostar num reforço dos nossos conteúdos e o objectivo é recuperar terreno nos targets mais comerciais onde estamos a uma curta distância da TVI. A SIC é o canal mais interessante em termos comerciais."
Nuno Santos deixa a aposta em conteúdos para públicos mais exigentes e menos comerciais para o universo do cabo: "Temos cerca de um quarto do universo do cabo. E isso pode crescer", afirma, referindo-se à SIC Notícias, Mulher e Radical e não excluindo a abertura de novos canais nesta área.
"A nossa situação está em linha com o que estava projectado, sabíamos que havia esta fase de transição", conclui.
Segundo dados da Marktest, a SIC desceu em dez anos de um share médio anual de audiências de 45,5 (1999) para 23,4 (2009). Foi o único canal dos três generalistas que baixou sempre em relação ao ano anterior nestes últimos dez anos.

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