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'Jogo Duplo' vai permitir vencer sem responder bem

'Sabe mais do que Um Miúdo de Dez Anos?' está quase a chegar ao fim. A partir da próxima segunda-feira, dia 25, é com o novo 'Jogo Duplo' que a RTP pretende entreter os telespectadores do horário nobre, logo após o 'Telejornal'. Cultura geral e muito 'bluff' são os ingredientes do programa

"Espero que o programa traga conhecimento e entretenimento às noites da RTP", afirmou ontem o director de programas da estação de serviço público, José Fragoso, durante a apresentação do novo concurso que o primeiro canal vai por no ar durante a semana. A partir da próxima segunda-feira, dia 25 de Agosto, em horário nobre, os concorrentes vão ter de saber fazer Jogo Duplo.
"É um programa de conhecimento, porque os participantes têm de demonstrar que dominam vários temas", explicou José Fragoso. No entanto, mais importante do que isso é ser-se "inteligente, e saber-se aguentar a pressão" que vai ser introduzida por José Carlos Malato, responsável pela condução do concurso.
Na verdade, e apesar da cultura geral ser uma mais-valia, a principal arma dos concorrentes deverá ser outra, como explicou Frederico Ferreira de Almeida, da produtora Fremantle: "Não é preciso saber, é preciso fazer passar a ideia de que se sabe". Em Jogo Duplo, uma versão do britânico Poker Face, o importante é ser capaz de convencer os adversários de que as perguntas não podiam ser mais fáceis. Efectivamente, no novo concurso da RTP é mesmo possível ser-se vencedor sem acertar uma única resposta.
"O público é soberano"
São cinco os concorrentes que disputam uma sessão diária do concurso. No início, os participantes apresentam-se e, a partir desse momento, podem começar a aldrabar os adversários. "Sou empresária de restauração", afirmou uma concorrente, enfermeira de profissão, numa das seis sessões já gravadas pela RTP. Nesses momentos, os telespectadores vão poder ver, a vermelho, no pequeno ecrã, a palavra "falso".
Depois, já frente a Malato, e em cada uma das cinco rondas, os participantes respondem a cinco perguntas. Depois de cada bateria de questões, cada concorrente poderá fazer bluff relativamente às condições que considera ter para seguir em frente. Ou seja, pode mentir, dizer que tem a certeza de que acertou tudo, mesmo que saiba ter tido dúvidas em todas as respostas. Confrontados com essa confiança, os outros concorrentes podem desistir, e levar para casa o dinheiro que tiverem reunido.
Se, no final de cada ronda, ninguém quiser sair, é eliminado aquele que, na realidade, tiver obtido menos respostas certas. No final, só um será declarado vencedor.
Durante todo o processo, "só o público sabe tudo", explicou José Carlos Malato, que admitiu que ele próprio não terá acesso aos bluffs dos concorrentes. Nem relativamente à correcção das respostas que forem sendo dadas, nem relativamente à construção das personagens que os concorrentes decidirem ir fazendo. "É engraçado, ver até que ponto as pessoas levam as suas histórias", afirmou o apresentador, "verdadeiros exercícios de criatividade".
Os vencedores das edições de segunda a quinta-feira serão apurados para a final semanal, transmitida à sexta-feira. O quinto concorrente, o maior bluffer da semana, será escolhido pela produção para enfrentar os outros quatro. "Será aquele que chegar mais longe com menos respostas certas", explicou Ferreira de Almeida. Os concorrentes que ficarem em primeiro lugar nas edições de sexta-feira terão acesso a outras finais, que só serão disputadas em Dezembro, e que dão acesso à finalíssima. Em jogo, na última edição de Jogo Duplo, vão estar 50 mil euros.
"Vai ser um espaço de grande entretenimento", concluiu o director de programas da RTP.

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