Regressar à TV? Nunca!
Diz que é uma Espécie de Réveillon’ não só marcou a despedida dos Gato Fedorento como também representou o maior desafio da carreira do grupo. Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores, Miguel Góis e José Diogo Quintela optaram por uma fórmula arriscada para o espectáculo de Fim-de-Ano, ao apostarem na nostalgia dos anos 80. O plano, contudo, resultou na perfeição, levando ao rubro as oito mil pessoas que esgotaram o Pavilhão Atlântico.
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No final – e após uma sessão de autógrafos que se prolongou durante cerca de uma hora – os Gato mantinham o sentido de humor, gritando “Acabou! Acabou!” Para quem tinha dúvidas acerca da despedida, Ricardo Araújo Pereira garantiu ao Correio da Manhã que os projectos do grupo para 2008 são “nenhuns” e que a data prevista para o seu regresso é “se Deus quiser, nunca!” Numa plateia dominada por fãs de todas as idades, os Gato contaram ainda com a presença da família e de muitos rostos conhecidos da RTP, entre eles Maria Elisa, Carlos Vargas, Júlio Isidro, Laura Santos e Paulo Catarro. Ponce Leão, o antigo vice-presidente da estação, também tinha uma mesa reservada, mas não apareceu.
Uma das grandes surpresas da noite, até para os próprios anfitriões, foi a presença de Camilo de Oliveira. Acompanhado pela mulher, a actriz Paula Marcelo, o actor fez questão de tirar uma fotografia com o grupo. “Foi, sem dúvida, o melhor programa deste Fim-de-Ano. Fiquei surpreendido com o talento deles. Agora é preciso que tenham cabeça para continuar assim”, afirmou o actor. O único fracasso dos Gato Fedorento na noite da Passagem de Ano foi mesmo conseguir convencer o público de que não pensam regressar ao pequeno ecrã. “Têm de voltar pois fazem parte da nossa cultura televisiva. O início do séc. XXI ficou marcado pelo seu humor”, afirmou Maria Elisa, também ela vítima de uma das imitações dos humoristas, quando estes satirizaram o programa ‘Grandes Portugueses’. “Adorei! Aliás, adoro tudo aquilo que fazem.”
No final de ‘Diz que é uma Espécie de Réveillon’, Júlio Isidro, que teve oportunidade de participar no espectáculo, não poupou elogios ao quarteto. “Deram bem conta do recado. Não acredito que se despeçam, pois ainda têm muito para dar.”
Para já, os Gato vão fazer um intervalo na carreira, aproveitando o facto de esta estar no auge. Depois de satirizarem as personalidades mais mediáticas do País, desde o desporto à política (o sketch que mostrou José Sócrates a fumar charros num terreno da Ota foi, de longe, o mais aplaudido ao longo do espectáculo), de popularizarem frases como ‘porreiro, pá’ e ‘o que tu queres sei eu’ (uma proeza que, até há bem pouco tempo, pertencia exclusivamente a Herman José) e de assinarem um contrato publicitário milionário, os Gato conseguiram esgotar o Pavilhão Atlântico. Aconteça o que acontecer, isso já ninguém lhes tira.
Créditos: CM