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Virgílio Castelo gere ficção nacional da SIC

Actor vai trabalhar em exclusivo com Nuno Santos

O actor, encenador e argumentista Virgílio Castelo é o novo consultor para a ficção nacional da SIC. Segundo apurou o DN, a Virgílio Castelo caberá a responsabilidade de dar apoio à escolha e elaboração de argumentos originais e (ou) adaptados e apoiar a selecção de elencos de actores e técnicos envolvidos na produção. No fundo, o actor vai ter uma palavra a dizer em todas as questões que tenham implicação no conteúdo ou forma das produções de ficção nacional da estação de Carnaxide.

Reservado, Virgílio Castelo não adiantou, ao DN, as razões do convite da SIC, remetendo para a estação qualquer justificação para a escolha do seu nome para o cargo. Fonte oficial da estação de Francisco Pinto Balsemão comentou: "Esta é uma forma de optimizar a aposta da SIC na ficção de qualidade".

Virgílio Castelo justificou o seu silêncio em relação à contratação, com o facto de ainda se encontrar a gravar a telenovela Vila Faia para a RTP. O vínculo com a estação pública termina no final deste mês.

Apesar de não se alongar sobre o seu novo papel na SIC, o também encenador revela estar "muito satisfeito com o convite". Novos projectos e a forma como vai conduzir o seu trabalho é que não são divulgados por Virgílio Castelo. Mas uma coisa é certa, a partir do momento em que assumir as suas novas funções, dedicar-se-á em exclusivo à estação. "Seria pouco natural trabalhar em qualquer função para outro canal", comenta.

O actor vai voltar a trabalhar com Nuno Santos, actual director de programas da SIC, com quem já se tinha cruzado na estação pública. Nuno Santos foi um importante dinamizador da ficção na RTP, enquanto ocupou funções homólogas nesta estação. São da sua responsabilidade dois projectos marcantes: a co-produção luso-brasileira, em parceria com a Rede Bandeirantes, que resultou na novela Paixões Proibidas e o remake da primeira novela portuguesa, Vila Faia. Virgílio Castelo esteve envolvido nestes dois projectos. No primeiro, além de actor, foi director-geral-delegado da RTP, enquanto que em Vila Faia participa apenas como actor.

O actor desmentiu ainda as notícias que, há cerca de dois anos, lhe atribuíam na RTP funções semelhantes àquelas que agora vai desempenhar na SIC. Quando confrontado se a natureza do novo cargo era a mesma, limitou-se a esclarecer que nunca tinha desempenhado qualquer tipo de funções na estação pública.

A SIC tem vindo a apostar na produção nacional. Em Julho do ano passado fundou, em parceria com Teresa Guilherme, a Terra do Nuca Produções. Desta forma, a SIC passou a deter uma produtora de ficção, à semelhança do que já acontecia com a TVI, que controla a NBP. A operação custou à estação de Carnaxide 2,4 milhões de euros e a Teresa Guilherme a extinção da sua anterior produtora, a Teresa Guilherme Produções.

"Esta é uma aposta estratégica da SIC, porque queremos continuar a produzir ficção, para transmiti-la nos vários canais e também multiplataformas. Por outro lado, queremos investir, já em 2008, em guiões próprios", disse, na época, José Freire, director de relações com os investidores do grupo Impresa. Entre as apostas da SIC na produção nacional contam-se as novelas Jura, Vingança e Resistirei.